Escalar Healthtechs: tendências e táticas para gerar negócios

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Em meio às crises enfrentadas em todo o mundo, as healthtechs ganharam escala e a atenção dos investidores. O setor de saúde nunca esteve tão em alta como no último ano. No Brasil, as healthtechs se fortaleceram ao entregar soluções inovadoras para dores que estavam latentes no mercado e estão permitindo a transformação digital do setor.

As inovações na área da saúde estão revolucionando o mercado. Agentes mais tradicionais estão sendo obrigados a virar os olhos para a importância da tecnologia. As tendências para os próximos anos são de um cenário futurista, como robôs, dispositivos inteligentes e dados auxiliando na criação de soluções ricas e que podem salvar muitas vidas.

Engana-se quem pensa que essa é uma realidade ainda distante, já existem muitos players locais atuando nessa transformação. Em meio a um setor gigantesco cheio de oportunidades, as healthtechs têm um novo desafio: se diferenciar e ganhar escala no mercado.

Nesse cenário, o marketing digital é o melhor meio para as empresas se posicionarem com autoridade no mercado, tornar sua empresa conhecida e conquistar novos negócios.

Nesse artigo vamos abordar o crescimento do mercado das healthtechs no Brasil e conhecer as tendências para 2021. Também vamos mostrar as estratégias de marketing digital que estão em alta e que podem te ajudar na construção de uma marca forte e com presença digital. 

 

Crescimento do mercado de healthtechs

O ano de 2020 foi sem dúvidas um ano marcante para as healthtechs. A pandemia do Covid-19 e a crise econômica acabaram destacando empresas e acelerando o crescimento do setor. Ao que tudo indica as pesquisas, a atenção dos investidores continua voltada para o setor da saúde em 2021.

A inovação na área da saúde ganhou relevância e atraiu atenção dos investidores no Brasil. Segundo relatório da Distrito, somente no último ano os aportes em healthtechs foram 70% maiores do que o investido no setor em 2019, com a marca de mais de US $106 milhões.

Mais da metade das healthtechs tem menos de cinco anos de operação no país, o que mostra que é um mercado em amadurecimento e com muita oportunidade. Principalmente porque o Brasil ainda possui diversas falhas no sistema de saúde.

As healthtechs desenvolvem soluções para problemas não cobertos pelo governo e colaboram para aprimorar o nível tecnológico do setor. O cenário desmascarou falhas no sistema de saúde e fortificou o quanto a inovação é necessária.

 

Tendências do setor

Os avanços na tecnologia vêm impactando diversas áreas e proporcionou uma revolução no setor de saúde em todo o mundo. Uma tendência geral que se destacou no último ano foi uma mudança no comportamento da população em relação à sua própria saúde.

O paciente se tornará cada vez mais preocupado em tomar medidas de prevenção contra doenças e ter uma participação ativa em decisões que envolvem o seu bem-estar. As pessoas revelaram o interesse em controlar sua própria saúde.

Mais do que nunca é esperado transparência das informações, o que impacta na relação do paciente com o médico ou profissional de saúde. Isso forçou empresas e startups a se concentrarem ativamente na experiência do cliente (CX), a qual tem se tornado prioridade.

Em paralelo se fortaleceu a medicina de precisão através das pesquisas genéticas, uma tendência que reúne conhecimentos de diferentes campos científicos. O objetivo é customizar os tratamentos de acordo com o perfil genético individual, buscando tratamentos mais efetivos e com menos efeitos colaterais.

A busca por precisão e efetividade tem como aliada a análise de dados e a tecnologia. Seguindo este caminho, empresas têm buscado trabalhar com ecossistemas para buscar soluções para problemas emergentes ou pré-existentes.

A inovação tecnológica é o grande pilar desse ecossistema. As principais tendências da tecnologia aplicada no setor de saúde para os próximos anos são:

Robótica

A utilização de robôs em hospitais e clínicas já é uma realidade e tende a ficar cada vez mais comum. Os computadores ajudam na detecção de doenças e a fazer atendimento interativos para casos leves ou em busca de prevenção.

Robôs também estão sendo projetados para serem capazes de realizar tarefas repetitivas e monótonas, serem assistentes médicos e até no desenvolvimento de unidades cirúrgicas que podem realizar procedimentos que salvam vidas.

A heathtech Laura criou o robô Laura, que vem ajudando médicos e enfermeiros do Paraná a salvar vidas e a reduzir os casos de infecções graves. Através da inteligência artificial a robô Laura identifica anomalias nos processos dos pacientes. 

Ainda existe bastante ceticismo por parte de profissionais e pacientes em relação ao uso da tecnologia em alguns casos. Mas, estudos mostram que a tecnologia se tornará prevalente em 90% dos hospitais.

 

Big Data e Bockchain

Vivemos em tempos em que graças às tecnologias mobiles as pessoas geram dados o tempo todo. Nos últimos anos cresceu muito o uso de serviços ou aplicativos de saúde online, que tem gerado dados preciosos para as empresas.

O monitoramento tecnológico permite acompanhar medidores de atividade física, sinais vitais, pressão sanguínea, biossensores. Dados ricos que permitem maior previsibilidade sobre onde ou quando as intervenções são necessárias.

Os dados por si só não dizem nada se não forem convertidos em benefícios, neste caso, para as pessoas e instituições. Os dados são fonte para pesquisas e melhores tratamentos. 

Melhorias na ciência de dados e análise preditiva tornaram possível para os profissionais buscarem insights mais profundos. Podemos dizer que são os maiores ativos no campo das pesquisas em tecnologia da saúde. 

Como no mercado de tecnologia geral, garantir a segurança desses dados é fundamental. O Blockchain é considerado a criptografia mais potente existente hoje. Para o setor de saúde, será o grande trunfo contra vazamento de dados, blindando pacientes e instituições.

 

Iot

IoT é a abreviação da expressão em inglês “Internet of Things”, que descreve a rede de objetos físicos que são incorporados a sensores, software e outras tecnologias com o objetivo de conectar e trocar dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.

Na medicina, o IoT é aplicado a partir de dispositivos vestíveis (wearables) e equipamentos médicos mais complexos que também funcionam conectados à internet. Esses dispositivos permitem coletar dados diariamente e armazená-los, possibilitando análises mais detalhadas.

Por exemplo, pode-se coletar dados de um paciente enquanto ele mantém sua rotina normalmente. O registro é feito de forma automática e são transmitidos para a clínica, que pode analisá-los na composição do indivíduo.

Recife tem se mostrado um polo em potencial. A startup Salvus  oferece excelentes soluções através de uma plataforma de IoT,  transformando a aquisição e gestão dos dados de pacientes, estrutura e logística. 

Outro nome promissor da região é a Senfio  A healthtech realiza o monitoramento de temperatura e umidade de ambientes, vacinas, câmaras frias, CPDs, estoques, geladeiras e freezers com a tecnologia IoT.

 

IA

A inteligência artificial (IA) aplicada no setor de saúde vem ultrapassando barreiras. O uso de chatbots é um exemplo disso, que tem sido usado por diversas instituições no atendimento ao paciente.

Mas, o uso da IA não ficará restrito a automação mais “simples”.  O aprendizado de máquina tem sido usado em outras vertentes, como na redução do tempo de desenvolvimento de medicamentos.

Em 2020 a IA ganhou espaço no mercado por causa da sobrecarga do trabalho de médicos e profissionais da saúde. Atualmente, já são 58 healthtechs atuando nessa categoria. Com o surgimento de novas tecnologias de ponta, esse número deve seguir aumentando ao longo deste ano.

A healthtech Hoobox Robotics é um grande case brasileiro. A primeira healthtech do mundo focada em reconhecimento facial de alta precisão para segurança e bem-estar de pessoas e redução de custos em diferentes setores.

De acordo com o relatório Healthcare 2030, da consultoria KPMG, o setor deve fazer investimentos significativos em soluções como ferramentas genéticas, calculadoras de risco, algoritmos de detecção de doenças raras, machine learning e análise preditiva, entre outras.

 

Realidade virtual e Realidade Aumentada

A realidade virtual e realidade aumentada já são usadas na medicina para tratar doenças físicas e psicológicas. Algumas aplicações das tecnologias são na recuperação de derrames e deficiências corporais, alívio da dor, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.

O ambiente imersivo distrai o paciente da dor física e até mental, sem risco de dependências. Além disso, o treinamento médico também tem sido aperfeiçoado com o uso de realidade virtual. A realidade virtual também já tem sido usada em cirurgias. Pesquisas mostram que os investimentos dessas tecnologias na área de saúde digital devem mais do triplicar até 2026.

 

Cloud Computing

Cloud Computing é um serviço onde recursos compartilhados, softwares e informações são fornecidas apenas com conexão à internet. Nuvem é esse local na rede onde é possível acessar arquivos e serviços de forma segura, rápida e colaborativa.

Os usos das plataformas de nuvem aumentam a colaboração entre médicos e pacientes, tornando o processo de consulta mais eficiente. A principal vantagem é a integração de dados independente do ponto de origem ou armazenamento.

A healthtech Ambra Saúde  foi criada no EUA, mas atua no Brasil desde 2013 e é referência mundial em armazenamento e gerenciamento de imagens médicas em nuvem. A empresa simplifica o processo de compartilhamento de imagens médicas, conectando instituições de saúde, médicos e pacientes.

A nuvem auxilia na operação da análise de Big Data e dos algoritmos de Inteligência Artificial, impulsionando a pesquisa médica. Também democratizar o acesso a dados, fornecendo informações fáceis aos pacientes.

A tecnologia ajuda a suprir a demanda da população em ter maior controle sobre sua própria saúde, sendo uma ferramenta para a educação e o envolvimento do paciente.

  

 

Tendências do marketing digital no mercado tech

O crescimento do mercado das healthtechs reforça a necessidade das empresas se posicionarem de forma estratégica e buscarem táticas criativas para despertar o interesse do cliente. 

Pensando nisso, nós da SEJA separamos tendências do marketing digital para o mercado de tecnologia. Veja as estratégias que podem ajudar a destacar a sua healthtech:

 

Inbound Marketing

Você certamente já deve ter ouvido falar no Inbound Marketing. Se já pratica na sua empresa, a boa notícia é que essa é uma estratégia que se mantém forte para 2021!

O Inbound Marketing é uma estratégia voltada para a atração de leads a partir de conteúdos relevantes. Quando falamos de Inbound falamos na direção da comunicação: a empresa é encontrada pelo consumidor.

Por isso, o conteúdo é a base do Inbound. A metodologia que se segue é atrair, converter, fechar e encantar potenciais clientes. Tudo funciona a partir de uma boa segmentação de quem é o seu perfil de cliente que deseja atingir e criação da persona.

Em vendas complexas, comuns no mercado de tecnologia, o Inbound Marketing é uma excelente estratégia de posicionamento da marca. É um mercado Business to Business (B2B), com ticket médio alto e mais de 4 tomadores de decisão no processo de compra. Essas empresas precisam de leads qualificados e não de volume. O Inbound ajuda na geração de conhecimento da marca e autoridade digital.

Adaptar o Inbound ao modelo de negócio é fundamental para ter bons resultados. Se deseja saber mais sobre o Inbound Marketing temos aqui um artigo completo sobre a estratégia. Nesse outro artigo abordamos os motivos pelos quais o Inbound pode não ter gerado o resultado esperado na sua healthtech.

 

Outbound 2.0

O Outbound Marketing é o marketing tradicional, em que a empresa corre atrás do cliente para apresentá-lo seu produto ou serviço. É o marketing interruptivo dos anúncios de televisão, rádio, sites e mídias sociais.

A difusão da internet trouxe uma readaptação do Outbound para o seu modelo 2.0. Essa atualização tem como foco o uso dos novos meios digitais para a prospecção ativa de leads. 

O digital permite mensurar resultados, com métricas e cálculos reais do retorno do investimento. Isso garante às estratégias de Outbound 2.0 mais eficiência e resultados expressivos, o que tem despertado atenção das empresas de tecnologia. 

 

ABM

O Account-Based Marketing, em português Marketing Baseado em Contas, é a grande tendência no mercado B2B e a aposta para o segmento tech. É o marketing focado em contas pré definidas com uma comunicação altamente personalizada, ideal para processos de vendas complexas.

O ABM faz o caminho inverso do Inbound. A estratégia é fruto de um trabalho em equipe das equipes de marketing e vendas, que partem da definição de um perfil de cliente ideal e quais são as empresas/contas que se encaixam dentro desse perfil.

A partir da lista de empresas/contas que deseja atrair para o negócio cria-se uma estratégia de marketing específica para elas. Tudo baseado na produção de conteúdo personalizado para atender as dores e necessidades dos tomadores de decisão das contas.

O objetivo é gerar conexão, engajamento e negócio com os leads. Por causa da alta personalização, o ABM traz resultados impressionantes no ROI (Retorno sobre o investimento) e tem sido muito praticada no mercado corporativo.

Ficou interessado? Nesse artigo você pode conhecer mais sobre o ABM. 

 

Conteúdo focado na dor

A era digital trouxe muitas mudanças para o mercado tanto em termos de concorrência quanto no comportamento do consumidor. O consumidor digital é bombardeado com informações diariamente. Isso fez com que ficasse cada vez mais exigente e intolerante às propagandas.

O conteúdo é o segredo para vencer essa barreira! O objetivo é entreter e engajar o consumidor com conteúdo de qualidade de forma que ele crie afeição pela marca e valorize esse relacionamento. 

Mas, como criar esses conteúdos? Para despertar o interesse do consumidor os conteúdos precisam ser planejados pensando nas dores ou necessidades dele. Você deve pensar o que é problema para ele e de que forma pode ajudá-lo. 

Para isso é preciso conhecer a fundo o seus clientes, por dentro e também por fora. Fazer o mapa de empatia da sua persona pode ajudar bastante no processo. Assim será capaz de apresentar ideias de conteúdo que seus concorrentes não terão como alvo. 

O conteúdo é a parte mais importante das estratégias digitais. Por isso, ele é o que determina o sucesso das principais estratégias de marketing atuais: o ABM, o Inbound Marketing,  Outbound Marketing 2.0 e o SEO.

 

SKAGs

As campanhas Single Keyword Ad Group (SKAGs), em português Grupo de anúncio com apenas uma palavra chave, é uma estratégia de anúncio no Google Ads. 

Nessa metodologia você cria grupos de anúncios com apenas uma palavra chave e suas variações. A criação de grupos de anúncios bem restritos e específicos gera um CTR (clique por impressão) maior e menor CPC (custo por clique). Isso acontece porque os anúncios refletem exatamente o que os usuários estão buscando no Google.

Funciona da seguinte forma, imagine que você é uma healthtech que vende um software de gestão e análise de informações clínicas. A palavra chave “software de gestão clínica” é muito abrangente e tem uma procura alta. 

Com o SKAGs você pode criar grupos de anúncio pensando nos tipos específicos de público que deseja atingir “software de gestão clínica mais baratos” para o tipo de consumidor que se preocupa com o preço. Para os que prezam pela qualidade pode optar por “melhores software de gestão clínica”.

Ter o anúncio com uma palavra-chave específica para o seu objetivo aumenta significante as chances de receber um clique. Assim, aumentando o número de visitas, a taxa de conversão e diminuindo o custo geral.

 

Eventos

Os eventos corporativos são estratégias clássicas de relacionamento e geração de valor para as empresas. É a oportunidade de ouro de reunir pessoas interessantes e ter a atenção delas voltadas exclusivamente para você. Um cenário ideal para mostrar a força da sua marca e criar relacionamento no mercado.

Claramente em tempos de pandemia os eventos presenciais precisaram ser adaptados. Ainda não estamos em tempo de grandes reuniões que promovam o contato face a face que é tão importante.

Mas, diante das adversidades, vimos a tecnologia despontar com as ferramentas de videoconferência. As opções virtuais de Eventos, Meetings e Webinars cresceram muito em 2020 e se consolidaram no mercado. A tendência é que os eventos virtuais se mantenham como forte estratégia de marketing para os próximos anos.

 

Conclusão

O mercado das healthtechs no Brasil está apenas começando a se desenvolver e seu ecossistema está se organizando para abraçar todas as novidades. Não há dúvidas que as inovações na área da saúde vão continuar a crescer e gerar uma revolução ainda maior no mercado.

As healthtechs precisam se posicionar e ter uma boa estratégia de marca para se consolidar no mercado e conquistar novos negócios. Nessa jornada, definir a estratégia de marketing digital certa para o seu negócio é fundamental! 

O marketing será o seu melhor aliado para construir o reconhecimento da sua marca e se tornar uma autoridade de mercado.