Por que meus conteúdos não geram leads?

Produzir conteúdo para qualquer segmento exige não só muito tempo com pesquisas, análises e articulações, como também pede por investimentos.

Neste sentido, você não está errada(o) em esperar que o mesmo gere algum tipo de retorno (leads, aumento do tráfego, percepção da marca, engajamento etc).

Apesar de ser uma das estratégias mais baratas que se tem notícia, ainda assim é necessário desembolsar com equipe e anúncios. Básico como o filtro solar.

Os anúncios não são obrigatórios, embora sejam recomendáveis, mas uma equipe bem estruturada é essencial. Do contrário, você simplesmente não sai do lugar.

Uma equipe de redatores, conteudistas e revisores é fundamental para que suas ideias saiam do papel para ganhar o mundo e, em consequência, conquistar clientes.

 

Por que meus conteúdos não geram leads?

Mas é possível que, mesmo assim, você não esteja conseguindo o número de leads suficiente para que o conteúdo tenha sua própria luz.

Aliás, se for mais além e analisar seu Google Analytics, verá que dentro de uma infinidade de blog posts, apenas dois ou três realmente geram conversões diretas e nem são os mais visitados.

Se você tem técnica e produtores de conteúdo, é impossível não se perguntar: o quê, afinal, pode estar acontecendo?

Este texto está longe de entregar um passo a passo, mas, se estivesse, o primeiro step seria o mais evidente: sempre se perguntar o que está ocorrendo.

Dizem que o primeiro passo para a mudança é o incômodo. Também é a partir dele que grandes artistas e criativos conseguem entregar seus melhores trabalhos.

Não é um texto de auto-ajuda tampouco, mas pegando carona no parágrafo anterior, podemos já ir para o segundo step (pena que não é um texto de passo a passo): entregar relevância.

Existem poucas frustrações tão grandes quanto ser atraído(a) por um conteúdo que não entrega absolutamente nada. Nem soluções, nem troca de ideais ou alguma fomentação. Absolutamente nada. Zero. Niente.

É como esperar por uma iguaria asiática, cheia de promessas e história, com um modo de preparo complexo e único, e ganhar uma tigela de miojo que ficou pronta em 3 minutos.

Nada contra o miojo, mas não é frustrante? Não é chato clicar em um artigo e, lá pelo segundo tópico, perceber que é apenas mais um miojo na prateleira?

Faça um exercício, olha para o seu blog e compare com o dos seus concorrentes. Provavelmente vocês compartilham pautas semelhantes, certo?

Agora olhando dentro dos artigos, você consegue identificar alguma diferença no seu conteúdo?

Por que a sua persona deveria ler o seu artigo sobre “10 passos para fazer algo” e não o do seu concorrente? Esse conteúdo agrega valor suficiente para te posicionar como referência ou justificar uma conversão?

Um outro exemplo:

Tem um escritor chamado Charles Bukowski que, antes de ser escritor e aplicar aquilo que pensava no papel, corria pelos corredores das bibliotecas atrás de alguém que falasse algo.

Ele estava em uma biblioteca abarrotada de livros, lendo inúmeros exemplares todos os meses, e tinha dificuldade de encontrar o algo, o que fosse impactante, diferente, completo.

Foi quando pegou emprestado uma das obras mais famosas de John Fante, o Pergunte ao Pó, e não quis mais deixar de ler seus livros e textos.

Leu todas as suas obras, conheceu o autor pessoalmente e quando as editoras quiseram parar de publicá-lo, tomou uma decisão que muitos não tomariam, com toda certeza.

Bukowski, já inspirado por Fante, e já famoso à época por seus próprios livros, resolveu que pararia de publicar enquanto a editora não voltasse com Fante.

O final da história é feliz: a editora continuou publicando o trabalho dos dois e continuam sendo publicados, mesmo tendo passado vários anos desde a morte de ambos.

Mas o que isso tem a ver? Ora, assim como Bukowski, muitos leitores simplesmente estão cansados do mesmo conteúdo de sempre. Eles precisam de Fantes para sobreviver.

Eles estão correndo por corredores de links querendo algo que realmente seja relevante e que realmente mude algo, que seja construtivo e que o faça exclamar: isso sim é conteúdo!

 

Como fazer conteúdos que geram leads?

Calma, não precisa surtar e desistir do conteúdo, entenda esses questionamentos como uma oportunidade.

Você só precisa mudar a forma de pensar conteúdo e definir com quem você quer falar.

A partir desta primeira mudança, é necessário articular, parar e pensar mesmo. Quais são os conteúdos que a minha persona quer realmente ler?

Se quero falar com médicos que possuam clínicas próprias, por exemplo, quais dores (lê-se problemas) eu poderia ajudar a solucionar?

Será que faz sentido me arriscar a falar sobre alguma coisa que ele aprendeu na primeira aula de Medicina ou será que vale falar sobre aquilo que ele passa no dia a dia e que a faculdade não ensinou?

De uma forma geral, você pode falar sobre empreendedorismo, sobre espaços ideais para um consultório, sobre equipamentos médicos, sobre como manter a agenda lotada.

Você pode escrever textos e mais textos falando sobre como a desistência de pacientes tem impacto direto no caixa final da consultório e como evitar que isso ocorra.

Você pode ir além e desenvolver conteúdo sobre o crescimento do profissional, indo além de cursos e seminários, e falando sobre negócios, impostos, desafios e tudo que envolve ser mais do que era antes.

 

Mas como chegar nesses conteúdos?

Geralmente o processo de construção de temas está linkado diretamente à palavra-chave. Isto é, pesquisamos palavras-chave relevantes ao nicho e desenvolvemos o conteúdo.

Sendo assim, a palavra-chave ganha papel de destaque, sendo o ponto de partida para a construção de qualquer texto.

Ou seja, seria algo mais ou menos assim:

Gerar lista de palavras-chave > selecionar as palavras com volume que tenham maior relevância para o produto ou serviço > definir os temas dos conteúdos.

Becca, mas é assim que TODO mundo faz, tu tá louca?

Nope! Segue comigo que vou explicar:

Quando utilizamos esse framework, priorizando palavra-chave e volume, estamos comunicando e criando artigos sobre temas que, sim, nos darão tráfego, mas que não necessariamente dialoga com a dor da nossa persona.

Como agregar valor, se o centro do processo não é a dor, o fator chave que vai levar esse cara a converter no meu conteúdo?

O segredo para gerar conteúdos que agregam valor para suas personas é bem simples: o centro é a dor, o problema.

Seria mais ou menos assim: validar principais dores que levam o cliente a adquirir o produto ou serviço > definir os temas dos conteúdos > encontrar as palavras-chave.

Assim, seu artigo não vai ser só mais um entre 15 que sua persona leu para sanar uma dúvida.

Mesmo que você não esteja tão bem rankeado, seu artigo vai agregar valor real, simplesmente porque ele foi pensando, desde o início do planejamento, para agregar valor.

Como é quase impossível colocar em prática a ideia de ligar para cada cliente ideal e entrevistá-lo em uma longa conversa, você pode recorrer ao:

  • Time de vendas da empresa: afinal, são eles que lidam diretamente com o público, sabem quais são as dúvidas que sempre surgem, as reclamações mais frequentes e as principais conversas que sempre acaba tendo;
  • SAC da empresa: o SAC, sempre visto com um certo terror por muitas pessoas, é uma verdadeira fonte de informação sobre o cliente. Ali estão diversas ideias que podem gerar excelentes conteúdos;
  • Fóruns ou grupos em redes sociais: quando as pessoas não perguntam para o Google, elas perguntam no Facebook ou em fóruns de assunto mais específico. Procure estar inserido em tais lugares para estar em contato com leads promissores, “ouvir” suas principais dúvidas e extrair dali possíveis conteúdos.

Outro exemplo prático: se você tem uma agência de viagens ou um site voltado para o nicho do turismo, estar inserido em fóruns ou em grupos é uma ótima ideia.

Você pode acabar percebendo, por exemplo, que muitas pessoas querem viajar, mas reclamam sobre a falta de companhia ou a falta de coragem em viajar sozinho(a).

A partir dessa constatação, você pode falar sobre N assuntos que envolvem a dor desses viajantes. Por exemplo:

  • 10 lugares para viajar sozinho sem perrengues;
  • Por que você deve largar o medo e viajar sozinho?;
  • Falta de companhia para viajar não é motivo para ficar em casa;
  • 10 dicas para quem vai viajar sozinho pela primeira vez;
  • 10 ideias para quem não tem companhia para viajar.

Perceba que você pode criar diferentes estilos de conteúdo com o mesmíssimo tema, aproveitando o mesmo ao máximo e criando grande relevância para o seu site.

Embarcando nas ideias de temas que dadas logo acima, temos postagens que podem falar sobre os destinos, linkando para uma página de vendas ou consulta com o vendedor.

Temos também temas que são mais inspiracionais, que podem contar histórias de outros viajantes, e fazer acender a chama de querer viajar sozinho.

Convenhamos, entre querer e fazer é um pulo.

Temos, ainda, posts que podem ser definidos como “utilidade pública”, como é o caso dos dois últimos.

Neles é possível dar dicas de segurança, apps que podem ser verdadeiros guias durante uma viagem, além de sugerir formas de entrosamento ou passeios que não vão causar qualquer tipo de constrangimento.

 

E a posição no Google, como fica?

Você pode até dizer: mas conteúdos assim nem sempre vão trazer pessoas para meu site. Como vou otimizar meu conteúdo para ser encontrado?

Mas quem disse que eles não vão encontrá-lo em pesquisas no Google ou que você não precisará otimizar seus conteúdos de alguma forma?

Em termos de SEO, a vida continua normal. Você precisará otimizar seus artigos como sempre fez e as pessoas continuarão encontrando o seu site.

A diferença do processo está apenas em quem você está colocando no centro do universo. Se antes eram as palavras-chave, agora é a dor.

A partir da dor, é que você encontrará possíveis palavras-chave para fazer atrais seu target até seu site

Pegando o exemplo da agência de viagem, o fórum dedicado a viajantes e àqueles que querem viajar, mas não tem companhia.

Se você voltar um pouquinho a página, conseguirá perceber que existem algumas palavras-chave já bem definidas. São elas:

  • Viajar sozinho;
  • Companhia para viajar.

Com a ajuda do auto-complete do Google, já podemos perceber que são, de fato, palavras-chave relevantes:

meus conteúdos não geram leads

Quando deixamos o termo “companhia para” ainda mais específico, deixando claro que falamos do universo de viagens, a pesquisa fica ainda mais rica:

Pense em conteúdo de qualidade o tempo todo!

A GRANDE diferença, na verdade, é que você poderá se comunicar com quem realmente interessa ao seu negócio de forma totalmente relevante e diferenciada. Nada de miojo!

Portanto, se você quer conversar com o médico que está pronto para expandir seu negócio, ou com a agência de viagens que precisa de leads mais qualificados, você poderá ser a mão a salvá-lo.

Para começar a desenvolver conteúdos diferenciados, ricos e realmente informativos, tão complexos quanto a culinária asiática ou filmes europeus, você precisa:

  1. Definir com quem você quer falar: não adianta ser amplo aqui nesse ponto. É necessário que você pense e repense “com quem quero falar?”. É com o(a) diretor(a) comercial? É com o analista de marketing? É com o representante de vendas? Não ache que você está perdendo tempo em pensar nisso. Pelo contrário: você está garantindo o papo com quem realmente importa;
  2. Uma vez definido com quem você quer falar, é importante pensar no assunto que o fará não só a clicar no seu conteúdo, como também lê-lo e fazer com que ele queira continuar naquele espaço (e, consequentemente, contratar seus serviços/produtos);
  3. Não subestime seu leitor! Ou você acha que, para me comunicar com o diretor de marketing da startup Y, eu preciso escrever sobre o que é retorno sobre investimento? Faz sentido falar sobre algo que ele aprendeu no terceiro período da faculdade? Provavelmente não.

Nenhuma das duas tarefas é fácil, mas se tivesse que escolher um dos dois como a mais difícil, certamente escolheria a segunda opção.

Como exercício, sugiro algo que foge do mundo dos negócios, mas que é igualmente complexo, de qualquer forma. Vamos lá:

Imagine-se que você está em uma platéia, cara a cara com seu ídolo ou com aquela pessoa que você admira muito.

Você tem a oportunidade de fazer uma pergunta para ela e, claro, você não quer pagar mico de fazer alguma pergunta sem graça.

Você quer algo que faça ele dizer: “boa pergunta!” ou “uau, ninguém me perguntou isso antes” ou, melhor ainda, algo que faça com que o papo dure.

Se eu encontrasse com o Paul McCartney, por exemplo, não perguntaria “Paul, por que você quis tocar contrabaixo?”. Pode até ser uma história legal, mas uma pesquisa no Google te daria a resposta.

Tampouco perguntaria coisas que podem ser vistas como agressivas, como: “ei, você não acha que o John Lennon se aproveitava das pessoas (e de você também)?”

Provavelmente perguntaria algo envolvendo o crescimento musical dos Beatles, se deixar de fazer shows e ir para o estúdio ajudou o grupo a crescer profissionalmente, se a música pode ser dividida entre antes e depois da banda, se a motivação em fazer música só cresceu conforme o passar dos anos ou se é algo de fases.

Se encontrasse com a J.K. Rowling, não perguntaria qual é o personagem favorito dela; mas talvez perguntaria sobre a importância de livros infanto-juvenis para a sociedade dentro da sua perspectiva, ou se a literatura seriada tem um motivo muito mais voltado para o comercial do que narrativa em si.

Treino essas perguntas todos os dias de frente ao espelho, vai que, né? (Mentira).

Não se engane: tais conteúdos não são fáceis de serem feitos e exigem muita cuca no processo, além de um esforço a mais na pesquisa.

Mas o resultado está longe de ser um miojo, te garanto!

Para tal, procure profissionais que consigam absorver o assunto, articular o conteúdo e entregar um resultado pensado, pesquisado e de alta qualidade.

Uma dica para deixar o resultado ainda melhor, é incentivar que seus redatores realizem entrevistas com profissionais da área para entender melhor o assunto ou alguma experiência voltada para a imersão daquele universo.

Para evitar conteúdos miojos que não geram leads ou qualquer outro tipo de retorno, lembre-se sempre que o segredo está na qualidade e não na quantidade.

Ou que você pode entregar menos textos do que está acostumado, mas irá gerar mais valor do que nunca. É o que dizem: menos é mais!

Ou, ainda, você sempre pode lembrar disso:

É mais fácil fazer miojo do que fazer uma massa fresca, caseira e com molho natural, mas quem vai ser sempre lembrado como um prato inesquecível?

Precisa gerar mais leads e seus conteúdos não estão ajudando? Vem conversar conosco, só clicar aqui.